Mensagens entre o filho do governador e amigos
confirmam a presença de servidores do Governo do Estado, em horário de
trabalho, na audiência da ALPB
Conversa entre Rico Coutinho e amigos vaza e revela que comissionados estavam na OAB (Crédito: WSCOM Online) |
O Portal WSCOM
teve acesso, com exclusividade, a uma suposta conversa de um grupo
privado no aplicativo para telefone celular, WhatsApp, que confirma que
servidores comissionados do Governo do Estado foram orientados a promover
tumulto e impedir a realização da audiência pública para debater as contas de
2011 do Governo do Estado, na última quarta-feira (21). Um dos envolvidos no
diálogo é o filho primogênito do governador Ricardo Coutinho (PSB), Rico
Coutinho.
Em trecho da conversa, Rico Coutinho demonstra não
concordar com o tumulto que impediu a realização da audiência pública, no
auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB).
“Rapaz, não vi necessidade de tumultuar a sessão. Marcar presença sim, mas
tumultuar e impedir a audiência só pega mal pra gente”, disse o filho do
governador, que complementou: “Ainda mais com tantos comissionados presentes”.
Militante afirma que foi agredida por seguranças da Assembleia (Crédito: WSCOM Online) |
Outra pessoa envolvida na conversa de nome Gregory
Gentle relata que as pessoas que estavam no local receberam ordens superiores
para não deixar a audiência acontecer. “Disse que estavam recebendo ordens de
não deixar a audiência ocorrer”, comenta.
Uma terceira pessoa, de nome Miranildo Conserva,
afirmou que concordava com Rico Coutinho de que não era necessário atrapalhar a
audiência. Uma quarta pessoa envolvida na conversa seria Robert Dore, ligado ao
deputado Hervázio Bezerra (PSB).
A conversa teve início com Gregory comentando sobre
uma suposta agressão sofrida pela militante Poliana Figueiredo por parte dos
seguranças da ALPB, que foi, inclusive, denunciada nas mídias sociais. Ela
esteve envolvida na confusão em que integrantes da claque governamental
tentaram agredir o deputado Raniery Paulino (PMDB), na saída do auditório da
OAB-PB.
Veja o vídeo da confusão gravado pela equipe do
WSCOM Online:
Sobre a audiência
A audiência pública foi uma propositura da Comissão
de Acompanhamento e Controle da Execução Orçamentária da ALPB, por meio de
requerimento formulado pelo deputado Caio Roberto (PR). Durante a reunião, o
presidente da Comissão decidiu pela suspensão não conseguir conter os ânimos
dos participantes.
Em nota distribuída a imprensa, a ALPB lamentou o
ocorrido e denunciou que o Governo do Estado financiou com dinheiro público a
ida de militantes à audiência, com a liberação de servidores, alguns deles
identificados com fardas, para participar da reunião. Os funcionários estavam
em horário de expediente e deveriam estar prestando serviço à população, pois
são pagos para isso”. (Fonte: WSCOM)