A Polícia Federal divulgou hoje o resultado da operação Hidra de Lerna, realizada ontem no estado do Pará para desarticular quatro quadrilhas de pessoas envolvidas em fraude contra a Previdência Social. Foram cumpridos 88 mandados judiciais, sendo 35 mandados de prisão, 47 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. Dentre os presos estão dois servidores da Previdência Social, um agente prisional, um funcionário do banco Bradesco, 27 intermediários conhecidos como “cartãozeiros” e quatro pessoas portadoras de documentos falsos para saques fraudulentos de benefícios, apelidados de “soldados”.
No Recife foi cumprido um mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça Federal da 3ª Vara da Seção Judiciária do Pará contra o paraense Jamen Figueroa dos Santos, de 36 anos, que atualmente morava em Piedade, Jaboatão dos Guararapes.
Preso anteriormente por falsificar, montar e apresentar documentos para compra de computadores financiados pelo Banco do Brasil utilizando de nomes falsos, Jamen participava da fraude contra a previdência falsificando documentos. Na casa do suspeito foram encontradas diversas identidades e certidões de nascimento possivelmente falsas, espelhos de identidades em branco, impressoras, cartão dos INSS, carimbos com assinaturas dos gestores do ITB e de cartórios, além de um revólver calibre 38 com cinco munições.
Detido em flagrante em estado de embriaguez, ele foi conduzido para a sede da Polícia Federal, onde foi autuado por estelionato contra o INSS, formação de quadrilha e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Ele foi encaminhado para o Cotel e, caso seja condenado, poderá pegar mais de 12 anos de prisão. No interrogatório, ele disse que escolheu Recife para aplicar os golpes porque aqui a “concorrência era menor para aplicar a fraude”.
De acordo com a PF, as fraudes acontecia, da seguinte forma: os líderes das quadrilhas contratavam pessoas idosas, chamadas de “soldados”, que utilizando documentos falsos se passavam por beneficiários do Benefício Assistencial ao Idoso, o LOAS ao idoso, junto às agências do INSS e agências bancárias. Os membros das quadrilhas requeriam e recadastravam benefícios previdenciários, desbloqueavam cartões de pagamentos e renovavam senhas, com ou sem a participação dos idosos e de servidores do INSS.
As investigações identificaram cerca de 370 benefícios com indícios de irregularidades que causaram um prejuízo ao erário público na cifra de aproximadamente 10 milhões de reais. A operação contou com a participação de cerca de 200 policiais federais de todo o país.O nome da operação é uma referência à personagem da mitologia grega que possuía várias cabeças que representam as quatro quadrilhas, alvos da ação policial.
Diário de Pernambuco Online