Esquema é semelhante ao dos 'sanguessugas' Leia a materia:
O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta segunda-feira (19) uma denúncia de que o deputado federal paraibano Rômulo Gouveia (PSDB) estaria envolvido em um esquema de desvio de verbas destinadas à realização de eventos. O nome do parlamentar foi citado ao lado de mais oito que, segundo a reportagem, teriam sido beneficiados diretamente ou por meio de assessores ou doadores de campanha.
De acordo com as denúncias apuradas pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, os deputados são investigados por supostamente associarem-se a Organizações Não Governamentais (ONGs) para conseguir recursos do Ministério do Turismo e realizar eventos festivos. As falhas de fiscalização do Governo Federal teriam permitido fraudes como corretagem de emendas parlamentares, pagamento de propina a quem libera a verba e o uso de notas frias.
Em entrevista ao Paraíba1, o deputado Rômulo Gouveia disse ter sido surpreendido pelas denúncias. Ele informou que não foi notificado sobre o conteúdo das acusações e solicitou à Polícia Federal que lhe comunique caso haja alguma denúncia de fraude envolvendo seu nome. Disse, inclusive, ter se prontificado à quebra de seu sigilo bancário e a comparecer à Superintendência da PF em Brasília para esclarecer os fatos.
O tucano ainda revelou ter enviado um ofício ao Ministério do Turismo pedindo uma declaração de que o Ministério Público auditou todos os eventos realizados a partir de emendas propostas por ele. Rômulo também se isentou de qualquer relação com ONGs ou institutos beneficiados.
Em seu mandato, ele apresentou emendas para a realização de eventos culturais na Paraíba, a exemplo do São João de Campina Grande, a Festa da Laranja (Matinhas), a Festa de Santo Antônio (Mogeiro), além de acontecimentos em Pocinhos, Itatuba e Massaranduba.
O deputado disse não haver condições de desviar qualquer valor aprovado para estas festividades porque, segundo ele, é o Ministério do Turismo quem cuida do envio de verbas diretamente aos municípios. “Gostaria de esclarecer que o único papel do parlamentar é colocar a emenda para o município. A partir daí, é o Ministério do Turismo quem fiscaliza e o município quem executa o recurso. Todas as emendas que apresentei foram realizadas em eventos reconhecidos e de grande proporção”, explicou.
Ele lembrou que em Pernambuco houve denúncias de fraudes, mas, segundo ele, porque o dinheiro foi remetido aos municípios, mas não aplicado. Além de Rômulo Gouveia, estão na lista de investigados os deputados federais Armando Monteiro (PTB-PE), Sandro Mabel (PR-GO), Alfredo Kaefer (PSDB-TO), Geraldo Magela (PT-DF), José Ayrton (PT-CE), Sandes Júnior (PP-GO), Rodovalho (PR-DF) e Leo Alcântara (PR-CE).
O esquema, segundo a reportagem, teria acontecido entre 2007 e 2009, assemelhando-se à máfia dos sanguessugas, que consistia no superfaturamento de ambulâncias compradas com recursos provenientes de emendas apresentadas pelos congressistas ao Orçamento da União. (Paraíba1)
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