Áudios
captados pelo equipamento são referentes a outro voo - até agora, não se sabe
qual
Local
do acidente envolvendo Eduardo Campos
- Foto: Paulo Whitaker/Reuters
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A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta
sexta-feira que os áudios captados na caixa-preta da aeronave que levava
Eduardo Campos e sua equipe a Santos (SP) não são referentes ao voo realizado
na última quarta-feira. Os dados do gravador poderiam ser peça-chave para
elucidar o acidente. Em nota, a FAB informou que foram extraídas e analisadas
as duas horas de áudio da caixa-preta, o correspondente à capacidade máxima de
gravação do equipamento. Nenhuma informação referente ao voo do presidenciável
foi registrada. A FAB afirma ainda que nãom é possível determinar a data de
gravação dos diálogos, já que o equipamento não faz esse tipo de registro, e
que “as razões pelas quais o áudio obtido não corresponde ao voo serão apuradas
durante o processo de investigação”. A informação de que o equipamento
apresentava problemas foi antecipada pela coluna Radar, de Lauro Jardim.
A FAB ponderou que há outros meios que ajudem a
apurar as causas do acidente: “É importante ressaltar que os dados obtidos no
gravador de voz representam apenas um dos elementos levados em consideração
durante o processo de investigação, não sendo imprescindíveis para a
identificação dos possíveis fatores contribuintes”, disse, em nota. A Força
Aérea deve apurar fatores como se os pilotos estavam voando no acima do limite
permitido em lei, seus os exames de saúde recentes e se eles estavam passando
por problemas pessoais.
A
Aeronáutica começou a inspecionar na quinta-feira a caixa-preta do avião.
Principal elemento da perícia para desvendar os motivos da queda do avião
bimotor, a caixa-preta foi aberta no laboratório da Força Aérea, em Brasília. O
equipamento do Cessna 560XL PR-AFA tinha capacidade para gravar até duas horas
de áudio da cabine dos pilotos, mas estava danificado e passou por análises,
com ajuda de um microscópio. O modelo da aeronave não possui sistema de
armanzenamento de dados técnicos sobre os comandos realizados pelos pilotos
durante os voos.
Em
uma das últimas comunicações com o operador de rádio da Base Aérea de Santos,
onde o jatinho de Campos deveria pousar, o comandante não relatou nenhum
problema técnico ou pane na aeronave. Ele se aproximava do litoral paulista,
mas desistiu da primeira tentativa de aterrissagem e pediu autorização para
fazer uma manobra sobre a cidade. O contato ocorreu pouco antes das 10 horas.
Chovia e ventava forte na manhã de quarta-feira, o que pode ter contribuído
para o acidente. O relatório sobre o caso será elaborado pela comissão de
oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(Cenipa).
Confira
a íntegra da nota da FAB:
Os
dados do gravador de voz (Cockpit Voice Recorder - CVR) da aeronave PR-AFA, que
se acidentou no dia 13 de agosto, já foram extraídos e analisados por quatro
técnicos do Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo
(Labdata) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(CENIPA).
As
duas horas de áudio, capacidade máxima de gravação do equipamento, obtidas e
validadas pelos técnicos certificados, não correspondem ao voo realizado no dia
13 de agosto.
Não
é possível, até o momento, determinar a data dos diálogos registrados no CVR,
tendo em vista que esse tipo de equipamento não registra essa informação. As
razões pelas quais o áudio obtido não corresponde ao voo serão apuradas durante
o processo de investigação.
É
importante ressaltar que os dados obtidos no gravador de voz representam apenas
um dos elementos levados em consideração durante o processo de investigação,
não sendo imprescindíveis para a identificação dos possíveis fatores
contribuintes.
(da redação com a Veja Online)